quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Esse é Ícaro.
A história de hoje é longa, mas vale a pena.
Hoje, ainda pela manhã, liguei pra Davi e combinei com ele de nos vermos no shopping.
Peguei uma blusa branca que tem umas formigas desenhadas, vesti uma calça e fui me encontrar com ele. Chegando lá, fomos nas Lojas Americanas e compramos alguns salgadinhos, refrigerante, chocolate e tudo que faz mal à saúde pra comer; sem lugar pra comer, fomos comer no parque 13 de maio... sentamos num banquinho à sombra e enquanto comíamos, os farelos do salgadinho caíam no chão e as formiguinhas iam carregando todos eles. Ficamos observando, rindo e fazendo comentários bobos sobre as formiguinhas. Quando cansamos de comer, fomos andando em direção à saída do parque... foi quando vi um homem sentado no chão fazendo uns louva deus com material extraído de coqueiros... achei legal, pois já tinha visto um daqueles no programa do Jô e me aproximei pra saber o preço... quando cheguei mais perto, vi que ele fazia formiguinhas com arame também... um trabalho espetacular. O artesão olhou pra mim, reparou em minha blusa, sorriu e perguntou se eu estudava as formigas; eu disse que não, mas que gostava de animais. Então ele falou pra mim palavras com sotaque espanhol mais ou menos assim: ''Sabe o que você carrega na sua camisa? Sabe que mensagem é essa? É a mensagem da paz... se os seres humanos começassem a observar mais as formigas, o mundo seria outro, sabe por quê? Por que as formigas aprenderam a viver em comunidade, elas vivem em harmonia, trabalham em grupo... e quando elas se encontram que tocam as antenas uma na outra... aquilo é um cumprimento, é como se eu olhasse nos seus olhos e falasse 'bom dia' ou 'boa noite', coisa que nós seres humanos não fazemos um com o outro. As pessoas deveriam parar mais de assistir novela, Fórmula 1 e começar a observar a natureza, por que essa sim, nos passa uma mensagem positiva''
Fiquei encantada! Perguntei quanto era cada formiguinha daquela e ele disse: ''Olhe pra minha camisa'' E tinha escrito assim: Work for food (trabalho pra comer). Dei uma quantia a ele e ele continuou conversando comigo e com Davi...
E ele dizia: ''Aqui no 13 de maio eu vendo pouco, porque se eu for vender na Conde da Boa Vista, me expulsam de lá e tomam meu material. O sistema prefere nos tornar mendigos a nos tornar artistas.''
E continuou olhando pra mim: ''Arte não é mercadoria, arte é expressão de amor... mas as pessoas preferem vestir roupas da Nike, da Adidas a vestir uma blusa ecológica, com uma mensagem bonita''
E continuamos a conversar... e ele foi citando Maquiavel, Nietzsche, o Bhagavad Gita, dentre outras citações e história.
Quase no final da conversa ele me perguntou o que eu queria fazer da vida. Eu respondi que estava estudando pra fazer faculdade de cinema e trabalhar com fotografia.
E ele disse: ''O artista rema contra a maré, contra o sistema que o oprime, faça cinema sabendo que você vai ralar muito assim como eu ralo até hoje. Hoje eu me encontro nessa situação: sem roupa, muitas vezes sem comida. Mas eu sei que isso é uma fase e que isso vai passar e quando tudo isso passar eu vou tomar essas coisas aqui como lição de vida''
Eu perguntei a ele se ele gostava de chocolate e dei a barra de chocolate pra ele, ele soriu e me disse: ''É por isso que eu ainda tenho fé no mundo e aqui em Recife, são atitudes assim que nos fazem crescer por dentro''
No final de tudo... pedi pra tirar uma foto dele (pro blog, claro). Perguntei o nome dele (Que é Ícaro) e ele me pediu pra mandar pro e-mail dele a foto, eu dei uma caneta a ele e um livro de Drummond pra ele anotar o e-mail, ele olhou pro livro e ficou encantado... disse que conhecia Tabira - MG (que é a terra de Drummond). Eu prometi voltar por lá não só por que sei que vai me render histórias pro blog, mas vai me render aprendizados pra vida, pra arte e pro amor.





Dedico essas linhas cnfusas a Ícaro, o primeiro artista de verdade que conheci!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Hoje, voltando do curso, eu e Amanda pegamos carona no carro de um professor.
Então começamos a falar sobre mães... papo vai, papo vem... o professor se manifesta: "Toda mãe é igual. Por que será, hein?"
Eu respondo: "É cartel"

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Há uns dias eu estava no site de relacionamentos de uma amiga...
Vamos começar de novo:
Há uns dias eu estava no Orkut de uma amiga [agora siim] olhando umas fotos da lua-de-mel dela e mostrando pra minha mãe e uma amiga da minha mãe.
Então a amiga da minha mãe se manifesta: "Toda menina deveria esperar pra se casar 'direitinha', porque depois que o cara consegue o que quer, vai casar pra quê? Nem tem graça mais"
Aí meus neurônios se manifestam: "Então quer dizer que não se casa por que ama a pessoa, por que gosta dos hábitos da pessoa, por que quer acordar junto, dormir junto, assistir a filmes juntos... não se casa por que quer tomar café da manhã com a pessoa amada e ver a cara de sono dela e rir baixinho. Não se casa por que querem compartilhar os momentos mais íntimos um com o outro, por que querem ser testemunha da vida um do outro. Se casa por que a graça do casamento é transar, é fazer sexo, é poder transar na sala, na cozinha, no sofá, no fogão, no banheiro, na área de serviço sem que ninguém incomode... casa-se por que a graça do casamento é deixar a cama suja sem ter ninguém pra reparar, ou por que podem sair de toalha do quarto, ir pro banheiro e dá mais uma por lá. Se for assim... sinto muito... não quero casar!